Consciência Negra; seja antirracista
Dia 20 de novembro: Dia da Consciência Negra
O Dia da Consciência Negra consiste em refletir sobre práticas e falas racistas, além de valorizar a cultura afro-brasileira e o legado de Zumbi dos Palmares.
Práticas e falas racistas
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Ofender alguém chamando de “macaco”: talvez a ofensa mais clássica e repulsiva, ainda hoje vista e noticiada em jornais e mídias digitais.
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Dizer que não é racista, mas atravessar a rua quando uma pessoa preta está na mesma calçada.
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Diminuir a identidade racial usando expressões como “neguinho” ou “moreno” no lugar de reconhecer que a pessoa é preta.
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Encarar de forma insistente, como se a presença fosse estranha.
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Justificar: “Eu, racista? Tenho amigos pretos.”
Por que devemos aprender sobre racismo estrutural?
O racismo estrutural está enraizado em nossa sociedade. Algumas das falas citadas anteriormente são exemplos disso.
A desigualdade social atinge, em maior proporção, pessoas pretas:
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o acesso a universidades é menor em comparação com pessoas brancas;
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as taxas de desemprego são mais altas;
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no sistema carcerário, 61% da população é preta ou parda;
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a fome atinge, em maior número, famílias negras.
Ou seja, mesmo após a abolição da escravidão em 13 de maio de 1888, as pessoas pretas nunca tiveram total apoio do Estado e continuam sendo atingidas por mecanismos de exclusão. Em 2021, por exemplo, mais de 1.500 pessoas ainda foram libertadas de condições análogas à escravidão, comprovando que nem o racismo, nem a exploração foram totalmente superados.
Cultura afro-brasileira
A cultura afro-brasileira remonta ao período colonial, quando milhões de africanos foram trazidos à força para o Brasil. Dessa mistura, formou-se a maior população de origem africana fora da África.
Suas contribuições estão presentes em:
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festividades populares (como o Carnaval);
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música e dança (como o samba);
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culinária (feijoada, acarajé, vatapá);
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religiosidade (umbanda e candomblé);
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manifestações culturais como a capoeira, que simboliza resistência e identidade.
Consciência Negra
A data de 20 de novembro faz referência à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
Além de homenagear sua luta, busca conscientizar a população sobre a importância do povo negro na formação social, histórica e cultural do Brasil.
Zumbi dos Palmares
Zumbi nasceu livre em um quilombo — comunidades formadas por pessoas escravizadas fugitivas — e lutou até a morte contra a escravidão.
Ele ouvia dos mais velhos relatos sobre as mortes nos porões dos navios, a escuridão das senzalas, o trabalho forçado e os castigos brutais.
O Quilombo dos Palmares ocupava uma extensa área de cerca de 200 quilômetros, entre o Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco) e o alto curso do Rio São Francisco (atual Alagoas).
Numa das batalhas contra os colonizadores portugueses, Zumbi foi morto. Seu corpo foi exposto em praça pública para intimidar a população e desestimular novas resistências.
Por que ser antirracista?
Foram 350 anos de escravidão e ainda hoje existe forte preconceito. Esse tema nunca foi tão urgente, e por isso a luta deve continuar. Temos uma dívida histórica com a população negra.
Como disse Nelson Mandela:
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, também podem ser ensinadas a amar.”

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